sexta-feira, 30 de agosto de 2013

VOLTA AO MUNDO EM 52 HISTÓRIAS


veja os contos clássicos do livro de VOLTA AO MUNDO EM 52 HISTÓRIAS, obra de NEIL PHILIP e NILESH MISTRY

APRESENTAÇÃO
       Os contos de fadas clássicos como; Cinderela, Branca de neve, Chapeuzinho Vermelho, as primeiras história que conhecemos na infância. Com sua magia e seus prodígios, lançaram sobre nós um encantamento inesquecível, capaz de durar a vida inteira.
       Todos terminam com a frase¨e viveram felizes para sempre¨, na qual acreditamos piamente. Seu otimismo, a constante vitória dos bons sobre os maus, o triunfo dos humildes sobre os orgulhosos nos infundem esperança.
       No entanto, os contos de fadas são muito mais que a simples realização de nossas fantasias. Seus heróis e heroínas conquistam a felicidade só depois de superar muitos obstáculos e enfrentar duras tribulações. Alegrias e tristezas  convivem em suas  trajetórias, conforme escreveu J.R. Tolkien, autor do ¨Senhor dos anéis¨:
       Muitas coisas povoam o universo feérico: todo tipo de animal, mares sem sim e estrelas incontáveis, belezas fascinantes e contínuos perigos, alegrias e tristezas que cortam como espadas.

A COLETÂNEA
       Os contos de fadas selecionados para este livro são tradicionais (nenhum deles saiu da pena de escritores como Hans Christian Andersen, por exemplo). Aqui temos narrativas clássicas que se tornaram famosas graças a autores europeus, como Charles Perrault e os irmãos Grimm, entre outros de culturas muito diversas.
       Antes de ser reunidas em livros, nossas histórias e milhares de outras foram narradas durante séculos ao pé do fogo no mundo inteiro, distraindo e instruindo os numerosos iletrados do passado. Quando contavam para os filhos a história de ¨Chapeuzinho Vermelho¨, por exemplo, os pais pretendiam ensiná-los a não falar com pessoas estranhas. Foi assim que aprenderam a lição, e assim seus netos também a aprenderão. A mesma história era transmitida de geração a geração, sempre com o mesmo objetivo.
       Organizamos nossa coletânea agrupando as narrativas de acordo com a temática para mostrar ao leitor como temas semelhantes recorrem no mundo inteiro. Para cada uma delas procuramos criar ilustrações condizentes, dedicando grande atenção aos detalhes para torná-las  verossímeis e ao tempo preservar sua magia.

OS CONTOS DE FADAS
       O Faraó Quéopes, construtor da Grande Pirâmide do Egito, adorava contos de fadas, conforme nos revela um papiro datado de aproximadamente 1700 a.C. Histórias de sua época que chegaram até nossos dias mostram extraordinárias semelhanças com narrativas modernas. ¨Anpu e Bata¨, por exemplo, tem muito em comum com ¨Os gêmeos¨, uma história congolesa que faz parte deste livro e que por sua vez se parece bastante com ¨As crianças de ouro¨, conto recolhido pelos Irmãos Grimm na Alemanha e encontrado também na Rússia, na Grécia, na Itália, na Irlanda, no Chile e em outros países.
       Há contos de fadas no mundo inteiro, entre os ingleses e os esquimós, entre os americanos e os japoneses. Muitos são antiquíssimos: seus enredos se repetem com os mesmos detalhes em diferentes culturas e nos diversos continentes. No entanto, se são antigos, também se renovam constantemente. Sempre que alguém diz ou escreve, hoje em dia;
Era uma vez...
       Um conto de fadas ganha vida, como se nunca tivesse sido narrado.
    O eterno imaginário é o tema de A matéria de que os sonhos são feitos, quadro de John Anster.
As metamorfoses mágicas, como a que Jean Grandville nos mostra neste estudo de um homem virando sapo, fazem parte dos contos de fadas.

       De certa forma os contos de fadas se parecem com os sonhos: vão surgindo, de imagem em imagem, de cena em cena, com a mesma rapidez mágica, e transportam o leitor para lugares onde tudo pode acontecer.
       Ao cruzar a fronteira do ¨Era uma vez...¨, entramos num mundo em que, como nos sonhos, a realidade se transforma. De repente os animais falam e, como o Gato de Botas, ainda são muito mais espertos que os seres humanos. Um garoto pobre é simplório, preguiçoso e até imprestável, como Cinzinha, em ¨Torneio de comilança¨, ou o protagonista de João e o pé de feijão¨, torna- se um herói irresistível, corajoso, capaz das façanhas mais incríveis. Uma história romena intitulada ¨O príncipe Dragão¨ termina com um fingimento se tornando realidade e uma ex- moça se casando com uma princesa.
       Paralelamente a esse mundo em que tudo parece estar de pernas para o ar, os contos de fadas reúnem elementos vitais, eternos, mágicos, que têm o dom de transformar uma abóbora em carruagem ou de fazer uma princesa dormir durante cem anos ou mais. No plano da imaginação basta pensar em algo para concretizá- lo. Num piscar de olhos um sapo viscoso se transforma num belo príncipe, como em ¨O príncipe sapo¨, e uma raposa assume  sucessivamente as formas de uma moça, de um cavalo, de uma macieira, todas douradas, como em ¨A raposa manca¨. Em ¨Baba Yaga¨ a heroína perseguida pela bruxa consegue escapar graças a uma toalha que vira um rio largo e um pente que se transforma em uma densa floresta.
       Os contos de fadas continuam sendo tão apreciados porque nos falam diretamente à imaginação e ao coração. Filmes, novelas, poemas, óperas, balés e até anúncios publicitários de nossa época refletem a influência de histórias clássicas como ¨Cinderela¨, ¨A Bela Adormecida¨, ¨Barba Azul¨, ¨O príncipe sapo¨.

JUSTIÇA INFALÍVEL
      O mundo real raramente é justo, mas nos contos de fadas quase sempre há generosas recompensas para os bons e severos castigos para os maus. Nem mesmo a morte impede um justo final feliz. Branca de Neve, por exemplo, parece ter morrido por obra da rainha má; no entanto, retorna à vida quando a maçã envenenada lhe salta da boca. Branca de Neve se casa com o príncipe, e sua madrasta tem o terrível fim que merece.Como na obra de uma fada madrinha como mamãe ganso (retratada por Arthur Rackham) personifica a bondade.
       A justiça natural e infalível constitui um dos grandes atrativos dos  contos de fadas. Outro é seu poder de nos envolver e empolgar. Seus monstros e vilões nos fazem estremecer; sofremos com os seus heróis e heroínas e nos alegramos quando tudo acaba bem. Os prodígios contidos nessas histórias também nos fascinam mesmo que as fadas nem sempre apareçam.

A bruxa horrenda que prepara poções para destruir os inocentes, como nesta obra de Hans Thoma, representa o mal.
ou até um  preguiçoso aparentemente imprestável pode virar herói, como demonstra o norueguês Cinzinha, que nesta ilustração de Theodor Kittlesen aparece atazanando o gigante.

A BOA GENTE
       As fadas e outras criaturas fantásticas, como elfos e duendes, estão presentes no folclore de muitos países, e sobretudo nas regiões rurais acreditava- se piamente em sua existência e em seu poder. Dizia- se que elas eram espíritos, anjos decaídos, descendentes dos filhos de Eva escondera de Deus, sobreviventes de uma raça extinta. Achava- se que tinham pouca simpatia pelos seres humanos e que estavam sempre dispostas a se vingar de quem as ofendesse. Os camponeses as chamavam de ¨boa gente¨, em sinal de respeito.
       Em 14 de Outubro de 1892, o poeta irlandês W. B. Yeats visitou um lugar supostamente frequentado por entidades fabulosas e as invocou. No dia seguinte escreveu: ¨Ouvi um forte ruído, como de uma multidão de elfos e duendes, gnomos e fadas gritando e batendo os pés no coração da rocha. Então vi surgir a rainha desse povo, que conversou muito tempo comigo e por fim escreveu na areia: Toma cuidado e procura não saber demais sobre nós´¨.
       O aviso serve para todos os que tentam destruir os contos de fadas, esmiuçando- os ou ridicularizando- os. Já se elaborou muita teoria sobre os significados ocultos dessas histórias, e elas continuam aí. Puras, intactas, cheias de mistério. Talvez as fadas também continuem...

As fadas estão sempre conosco, típica imagem feérica elaborada por William Blake para Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare.

OS CONTADORES DE HISTÓRIAS
Antigamente, quando havia muitos iletrados vivendo em distantes zonas rurais ou em vilarejos remotos, a transmissão do conto de fadas era oral. Com o surgimento de escolas abertas a todos e a transferência de um número maior de famílias para os centros urbanos, o velho hábito de contar histórias correu o risco de desaparecer. Coube então aos escritores coletar as narrativas orais e registrá- las no papel, para que não se perdessem. Com o tempo algumas dessas histórias se modificaram, mas nunca deixaram de distrair, encantar e até mesmo assustar crianças do  mundo inteiro, que as ouviam boquiabertas de seus avós, ao pé da lareira, vendo as sombras projetadas na parede. Hoje sua magia ressurge quando os pais as lêem para os filhos, ou quando um filme como Branca de Neve e os sete anões, de Walt Disney, fascina a família inteira.

CHARLES PERRAULT
       Em 1697, quando publicou histórias, ou contos de tempos passados, o francês Charles Perrault (1628-1703) inaugurou o gênero literário dos contos de fadas. Por ser funcionário público, além de escritor ajudou a supervisionar a construção do palácio de Luís XIV em Versalhes e do Louvre em Paris_, Perrault achou melhor esconder sua autoria, assim se atribuiu o livro a seu filho, Pierre. Sua obra, que se compõe de oito histórias tradicionais, entre elas figuram ¨Cinderela¨, ¨A Bela Adormecida¨, ¨Chapeuzinho Vermelho¨, ¨O Gato de Botas¨ e ¨Barba Azul¨, deu início a uma frenética procura de relatos bem elaborados e fantasiosos.
Acima temos: Os irmãos Wilhelm e Jacob Grimm eram órfãos e receberam uma boa educação graças a uma tia generosa. 

OS IRMÃOS GRIMM
       Seguindo o exemplo de Perrault, no início do século XIX os alemães Wilhelm (1786- 1859) e Jacob (1785- 1863) Grimm começaram a recolher contos de fadas tradicionais junto aos familiares e amigos. Dortchen Wild, que depois se casaria com Wilhelm, forneceu- lhes mais de doze histórias, uma das quais era ¨Rumpelstiltskin¨. Jeannette e Amalie Hassenpflug, amigas da família, presentearam- nos com ¨Branca de Neve¨. Dorothea Viehmann, uma excelente narradora, contribuiu com muitas histórias, inclusive ¨Os doze irmãos¨ (semelhante a ¨A irmã desconhecida¨, que faz parte deste livro). Os contos de fadas coletados pelos irmãos Grimm logo penetraram nos lares europeus e conquistaram o coração das crianças em todo o continente.
       Seu sucesso incentivou outros pesquisadores a preservar para a posteridade a riqueza do folclore mundial. Nos quatro cantos do planeta esses estudiosos saíram à cata de contadores de histórias e registraram seus relatos fielmente.

HANS CHRISTIAN ANDERSEN
Hans Christian Andersen retratado por Albert Küchler

       Os Grimm também levaram outros escritores a criar novas histórias, na linha do conto de fadas tradicional. O mais famoso deles é Hans Christian Andersen (1805- 75). Filho de um sapateiro pobre, ele nasceu em Odense, na Dinamarca, e cresceu num hospital, onde passava horas ouvindo velhas fiandeiras desfiarem antigas histórias. Sua obra, que inclui ¨O Patinho Feio¨ e ¨A rainha da neve¨, pertence ao âmbito da literatura e por isso não faz parte dessa coletânea.
       Hoje em dia é menos comum encontrar quem conte histórias oralmente, porém um bom narrador ainda consegue encantar seus ouvintes. Na falta dele sempre podemos ler contos de fadas, escutá-los numa gravação ou vê- los num filme ou vídeo. Qualquer que seja o veículo de transmissão, o fascínio continua intenso.

ESPÍRITOS LIBERTOS
       Um menino coreano gostava muito de ouvir histórias, mas, em vez de contá- las para os outros, guardava- as para si, do mesmo jeito que um avarento esconde suas moedas. Toda vez que escutava uma história nova, prendia seu espírito numa bolsa velha, que logo estava estourando de tão cheia.
       O tempo passou, e o menino virou homem. No dia em que ia se casar, seu criado ouviu vozes murmurando na velha bolsa. Eram os espíritos das histórias, que, resmungavam, irritados: ¨Estamos sufocando aqui dentro! E ele nem se importa! Mas hoje podemos finalmente lhe dar o troco!¨.
       Um espírito sugeriu que colocassem uns morangos venenosos no caminho do rapaz e o fizessem sucumbir a tentação de comê- los. Outro propôs que ele se queimasse ao pegar um tiçoeiro em brasa. E um terceiro declarou que, se tais recursos falhassem, cuidaria para que uma cobra o eliminasse em pleno leito nupcial!
       Ouvindo tudo isso, o criado tratou de evitar os desastres. Depois de cortar a cabeça da cobra, contou ao patrão que ouvira os espíritos das histórias conspirarem contra ele.
       ¨Não pode mantê- los presos desse jeito¨, falou. ¨Precisa libertá- los.¨
       O jovem reconheceu seu erro, abriu a velha bolsa e deixou os espíritos saírem. E desse dia em diante contou suas histórias  a todos os que quisessem ouvi- las.
       Escrever contos de fadas equivale mais ou menos a prendê- los numa bolsa velha. Podemos sufocá- los. Por isso, leia estas seguintes histórias e liberte os espíritos que há em cada história. Vamos lá!

ENCANTAMENTOS
Nos contos de fadas muitas personagens foram transformadas, geralmente em animais, por causa de algum encantamento. É o caso, por exemplo, da Fera em ¨A bela e a Fera¨. A missão do herói ou da heroína consiste em reconhecer a essência da pessoa que está por trás da aparência. No exemplo que mencionamos, a coragem de Bela e a sua capacidade de amar a Fera por ver bondade intríseca quebram o encantamento. Assim termina a maioria das histórias, mas não todas, como veremos em ¨Por que o mar tanto chora¨. Muitas vezes o encantamento se desfaz por si mesmo ou por obra do destino. Em ¨Urashima e a Tartaruga¨ o herói recebe o dom da eterna juventude, mas, quando abre a caixa mágica, envelhece séculos em alguns segundos. Em ¨A alma e o coração da Baleia¨ o encantamento que se rompe com a intromissão do corvo é a própria vida, o dom mais precioso e mais frágil de todos.
A Bela Adormecida
* França O homem de muitas formas
* Quênia
Pequetito
* Japão
O príncipe sapo
* Alemanha
A raposa manca
* Tchecoslováquia
Jamie Freel & a dublinense
* Irlanda
A irmã desconhecida
* Suriname
A alma & o coração da Baleia
* Alasca
A Bela & a Fera
* França
As três laranjas mágicas
* Costa Rica
Urashima & a Tartaruga
* Japão
Por que o mar tanto chora
* Brasil
TRAPOS E PLUMAS
Rumpelstiltskin
* Alemanha
Grilo, o adivinho
* Trinidad
Mushkil Gusha
* Irã
Adeus, pãozinho
* Espanha
A moça das pérolas
* Portugal
¨Mentira!¨
* Noruega
O barco terrestre
* Estados Unidos
João Preguiça
* Inglaterra
O príncipe das urtigas
* Hungria
A mosca
* Vietnã
A história sem fim
* Inglaterra
O mistério dos sete sapatos
* Cabo Verde
O brocado maravilhoso
* China
O diabo dá, o diabo leva
* Holanda
A mulher do pescador
* Alemanha
A pobretona que virou rainha
* Irlanda
HERÓIS E HEROÍNAS
Chapeuzinho Vermelho
* França
As três irmãs
* Itália
O príncipe Dragão
* Romênia
Soliday & o corvo
* Jamaica
Kahukura & as patupaiarehe
* Nova Zelândia
O demônio no jarro
* Folclore Judaico
Baba Yaga
* Rússia
A cabeça voadora
* Estados Unidos
João & o pé de feijão
* Inglaterra
A flauta mágica
* Austrália
Barba Azul
* França
Os gêmeos
* Congo/ Zaire
Torneio de comilança
* Noruega
Branca de Neve
* Alemanha
O AMOR TUDO VENCE
Cinderela
* França
Rapunzel
* Alemanha
A porta do coração
* Finlândia
O gentil homem de Wastness
Escócia O príncipe serpente
* Índia
Estrela Cadente
* Estados Unidos
A mulher de neve
* Japão
O príncipe adormecido
* Grécia
Ivan & o Pássaro de Fogo
* Rússia
O Touro negro de Norroway
* Escócia

LEIA AS HISTÓRIAS  NA PÁGINA DOS CONTOS CLÁSSICOS, FICÇÕES E CONTOS DE FADAS.

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