Uma grande ficção científica não deve se preocupar apenas em prever avanços tecnológicos, mas sim, em explorar as forças que dão origem a essa tecnologia e seus efeitos na psicologia individual e de massa. Grandes ficções científicas também disfarçam os poderes dominantes, sejam governos ou corporações, em personagens ou grupos fictícios para criticá-los ou satirizá-los. As dez histórias a seguir fazem uma dessas duas coisas, além de muitas outras.
Para deixar claro logo de início: uma das histórias favoritas de ficção científica que lida, direta ou indiretamente, com vigilância, acabou ficando de fora da lista. Porque 1984 é muito óbvio. Além disso, várias delas ainda não têm tradução para o português, o que é um crime.
Em diferentes graus, as histórias a seguir lidam com a vigilância de sua própria maneira. Algumas tratam de vigilância direta, outras especulam sobre coleta de inteligência interpessoal ou consideram o assunto de maneiras mais oblíquas. Outras, ainda, destilam a vigilância de sua essência: enquanto uma face de um sistema de controle muito maior e abrangente, que vai do topo da pirâmide até sua base.
Curiosamente, eles são classificados de acordo com seus poderes. O Esper Classe 3 pode ler pensamentos que ocorrem em tempo real. O Classe 2 pode penetrar e vigiar pensamentos, enquanto a Classe 1 (a mais poderosa) pode fazer tudo isso e também saber a mentalidade, motivações e anseios das pessoas antes que elas ajam. Pode-se chamar isso de uma forma de mineração de dados sobre-humana.
Naturalmente, os Espers Classe 1 ocupam os estratos mais altos da sociedade: CEOs corporativos, líderes do governo, médicos, etc. Bester não chegou a escrever uma alegoria anti vigilância, mas, certamente, vale a pena ler esse livro na esteira das violações de privacidade na internet.
BICHO- PAPÃO
O bicho-papão é uma figura fictícia mundialmente conhecida. É uma das maneiras mais tradicionais que os pais ou responsáveis utilizam para colocar medo em uma criança, no sentido de associar esse monstro fictício à contradição ou desobediência da criança em relação à ordem ou conselho do adulto.
Desde a época das Cruzadas, a imagem de um ser abominável já era utilizada para gerar medo nas crianças. Os muçulmanos projetavam esta figura no rei Ricardo, Coração de Leão, afirmando que caso as crianças não se comportassem da forma esperada, seriam levadas escravas pelo melek-ric (bicho-papão): “Porta-te bem senão o melek-ric vem buscar-te”.
A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é utilizado o termo “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro leva o nome de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.
Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do monstro.
A imagem do bicho-papão possui variações de acordo com a região. No Brasil e em Portugal, é utilizado o termo “bicho-papão”. Nos Países Baixos, o monstro leva o nome de Zwart Piet (Pedro negro), que possui a tarefa de pegar as crianças malvadas ou desobedientes e jogá-las no Mar Negro ou levá-las para a Espanha. Em Luxemburgo, o bicho-papão (Housecker) é um indivíduo que coloca as crianças no saco e fica batendo em suas nádegas com uma pequena vara de madeira.
Segundo a tradição popular, o bicho-papão se esconde no quarto das crianças mal educadas, nos armários, nas gavetas e debaixo da cama para assustá-las no meio da noite. Outro tipo de bicho-papão surge nas noites sem luar e coloca as crianças mentirosas em um saco pra fazer sabão. Quando uma criança faz algo errado, ela deve pedir desculpas, caso contrário, segundo a lenda, receberá uma visita do monstro.
CABEÇA A PRÊMIO
Essa é a história de Brito, um matador profissional que, com seu parceiro Albano, estão de tocaia, esperando o momento certo para o próximo alvo. Enquanto esperam, vamos conhecendo seu passado e seu futuro, numa narrativa que nos faz ir e voltar no tempo, tanto em momentos pessoais quanto em momentos profissionais. É a história também de Dênis, um piloto de avião que trabalha para um grande traficante e que acaba se apaixonando por Elaine, a filha do patrão.
Brito é daqueles homens que se deixaram levar pela vida, que vão tomando de conta das coisas conforme elas lhes aparecem. Sente-se superior (ou inferior?) à humanidade, se identificando mais com os animais. A figura de Marlene é que o humaniza e o deixa mais vulnerável. Já Dênis é um personagem bem menos desenvolvido que Brito e encontra seu sentido maior na relação que estabelece com Elaine.
Os romances desta novela servem como elemento atenuante de uma história de crimes e vinganças, mas o que irá instigar a leitura dessa narrativa será o seu enredo bem amarrado e envolvente, e não necessariamente uma simpatia pelos personagens; é a edição cinematográfica do texto, que dá a impressão ao leitor de que está assistindo a um filme de ação; é o quebra-cabeças feito por Aquino, que nos faz encaixar cada peça uma com a outra, deixando formar um típico quadro de faroeste urbano.
FAMÍLIAS TERRIVELMENTE FELIZES
Com uma prosa um pouco mais delicada que no livro anterior, aqui o autor nos conta histórias tocantes – às vezes banais, às vezes trágicas –, com uma certa poesia de quem vê a jóia incrustada nas pequenas coisas do cotidiano. As breves descrições de determinados objetos espalhados nas cenas denunciam o que os personagens são: brasileiros de vida modesta, pessoas comuns, e muitas vezes seres bem à margem, criminosos, prostitutas.
Boa parte dos contos têm um personagem-narrador que parece ser o mesmo, um homem divorciado, solitário, freqüentador de bares e da noite. Fugindo à regra, um ou outro são narrados em terceira pessoa, mas no geral entramos de maneira pessoal no drama dos personagens. O conto que fez o livro me conquistar foi Visita, mas há vários que senti prazer em ler, como Santa Lúcia e Matadores, este dividido em mini-capítulos, lembrando o esquema usado em Cabeça a prêmio.
Em um primeiro momento as relações familiares comentadas no título não aparecem de forma explícita, mas isso vai mudando ao longo do livro e vamos descobrindo que família é um termo que serve não só para quem compartilha o sangue, mas também para quem está sempre junto. Não obstante, estes contos falam muito mais da solidão que dos relacionamentos, falam muito mais de quem já não tem família, de alguém que perdeu tudo que valia a pena.!
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